quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O Segredo da Casa de Riverton

Título original: The House at Riverton
Género: Romance
Autor: Kate Morton
Ano: 2007

Sinopse: Como sobrevivem os que presenciam a tragédia?
Verão de 1924
Na noite de um glamoroso evento social, um jovem poeta perde a vida junto ao lago de uma grande casa de campo inglesa. Depois desse trágico acontecimento, as suas únicas testemunhas, as irmãs Hannah e Emmeline Hartford, jamais se voltariam a falar.

Inverno de 1999
Grace Bradley, de noventa e oito anos de idade, antiga empregada da casa de Riverton, recebe a visita de uma jovem realizadora que pretende fazer um filme sobre a morte trágica do poeta.
Memórias antigas e fantasmas adormecidos, há muito remetidos para o esquecimento, começam a ser reavivados. Um segredo chocante ameaça ser revelado, algo que o tempo parece ter apagado mas que Grace tem bem presente.
Passado numa Inglaterra destroçada pela primeira guerra e rendida aos loucos anos 20, O Segredo da Casa de Riverton é um romance misterioso e uma emocionante história de amor. (in Wook)

Após receber a visita de uma jovem com a pretensão de levar ao cinema a história do suícidio de Riverton, Grace, uma antiga empregada da mansão e testemunha ocular dos acontecimentos, resolve contar ao neto o segredo que guarda há várias décadas. Sentindo-se frágil e débil, Grace, recorrendo a um gravador, revisita a memória em busca de todos os capítulos da sua vivência em Riverton. O que terá acontecido naquela fatídica noite do verão de 1924?

- Estou certa de que não precisa de descanso. É algo especial, entre avós e netos. Muito mais simples.
Pergunto-me se será sempre assim. Penso que talvez seja. Ao passo que um filho nos tira parte do coração para usar e abusar como lhe apraz, um neto é diferente. Idas são as amarras da culpa e da responsabilidade que sobrecarregam a relação maternal. A via para o amor é gratuita.
É a Grace, uma nonagenária a viver os seus últimos dias num lar, que cabe a tarefa de contar aos leitores a trágica história do suícidio de um poeta durante uma animada festa em Riverton. Para enquadrar, Grace descreve o seu percurso até chegar à mansão, leva-nos a conhecer a personalidade de cada um dos habitantes da casa, apresenta-nos os irmãos Hannah, Emmeline e David Hartford e desvenda as suas brincadeiras secretas, descreve-nos os amores das meninas e todos os acontecimentos que antecedem a morte do poeta.

Há que destacar o suspense em que está envolta a narrativa. Sabe-se que houve uma morte, mas pormenores tais como porquê, quem soube, como foi, etc. são totalmente desconhecidos. À medida que a história dos personagens nucleares avança e interlaça com a do poeta, o leitor começa a fazer apostas sobre o acto final da narração de Grace.

Adorei a relação de Grace e do neto, que embora não tenha sido um personagem muito "presente" na obra, mostrou a enorme ternura existente entre avós e netos, o que levou-me a destacar a frase acima como uma das minhas passagens favoritas do livro.

Mas nem tudo foram rosas. A edição que li tinha falhas e não estou a falar em troca de letras ou dos tão conhecidos "erros de teclado". Seguem dois exemplos:
(...) O tempo arrastava-se ainda que tivesse bastantes tarefas com que o ocupar. Havia o jantar para servir, as camas para fazer, preparar a roupa para o dia anterior, no entanto, não conseguia deixar de pensar em Jemina. (pág. 177)
(...) Dentro do armário, engasguei-me. Ainda agora tinham chegado; era impensável que Hannah, tão cedo, pudesse partir nova. (pág. 205)
Quando se compra um livro, e aproveito para dizer que os preços não são nada meigos, o mínimo que se pede é que sejam bem traduzidos e sem erros. Quem compra e lê, agradece.
(4/5)

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