terça-feira, 15 de maio de 2012

Amor de Perdição

Título original: Amor de Perdição
Género: Romance
Autor: Camilo Castelo Branco
Ano: 1862

Sinopse: Nesta obra, misto de poema, de novela e de tragédia, Camilo atinge a maturidade artística.
É uma obra equilibrada, com enredo conciso, sem episódios dispersivos, sem um número excessivo de personagens, quase sem considerações do autor, com uma linguagem adequada, substancialmente romântica, na correspondência trocada entre Simão e Teresa, mas saborosamente popular em João da Cruz, franca, viva, cheia de conceitos populares, e, por outro lado, intencionalmente irónica, caricatural, entre as freiras do convento, a anunciar já o escritor de transição para o realismo. (in Wook)

Em Viseu, é do conhecimento geral a enorme rivalidade entre os Botelhos e os Albuquerques, mas esta guerra parece não ter impedido Simão e Teresa de apaixonarem-se. Os dois jovens estão dispostos a viver o seu romance, mesmo que isso significa andar de candeias às avessas com as respectivas famílias.
Quando o pai de Teresa toma conhecimento sobre este relacionamento, dispõe-se a fazer de um tudo para retirar o Simão da vida da filha. No entanto, a decisão de Tadeu Albuquerque acaba por influenciar drásticamente as vidas, não só de Teresa e Simão, mas também de João Cruz, Mariana e do primo Baltasar.

Não era muito que Tadeu de Alburquerque fosse enganado em coisas do amor e coração de mulher, cujas variantes são tantas e tão caprichosas, que eu não sei se alguma máxima pode ser-nos guia, a não ser esta: "Em cada mulher, quatro mulheres imcompreensíveis, pensando alternadamente como se hão-de desmentir umas às outras". Isto é o mais seguro; mas não é infalível.
Sobre o autor, há a realçar a escrita super inteligente e intrincada nas palavras, expressões e construções frásicas. Sobre os personagens, há a destacar os diálogos e as características únicas de cada uma, em especial do João Cruz, com as suas respostas curtas e concisas.
Sobre o enredo, embora não tenha por base uma história original, é uma espécie de Romeu e Julieta muito mais próxima da nossa realidade.

Uma história romântica que tem como base as vivências de um amor inocente, mas proibido por aqueles que tinham, invariavelmente, a última palavra a dizer.

Li este livro a primeira vez quando tinha 14/15 anos e achei-o deveras cruel e perturbador. Hoje, penso que é um livro com um enredo muito triste.
(4/5)

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